domingo, 15 de novembro de 2009

Christian Dior


        Christian Dior nasceu em Granville (cidade portuária da Mancha), na França,no dia 21 de janeiro de 1905, segundo filho de Alexandre Louis Maurice Dior, um fabricante de fertilizante e substâncias químicas, e Madeleine Martin.
        Sua família tinha uma boa situação financeira na época, o que lhe garantiu uma infância e adolescência tranqüilas. Apesar de seu interesse em artes, especialmente o desenho, Dior acabou estudando ciências políticas, por influência de seu pai, com a intenção de seguir a carreira diplomática e que pudesse administrar os negócios da familia.
           No caldeirão de culturas representado por Paris, o jovem não se adaptou à profiss
ão escolhida pelo pai, e logo se viu cada vez mais dentro do ramo das artes. Em 1927, abriu uma galeria de artes, em sociedade com o amigo Jacques Bonjean, juntos chegaram a expor alguns trabalhos de amigos, como Dufy, Christian Bérard e Jean Cocteau.
           Em 1934, vítima de uma grave doença, Dior não podia contar com o dinheiro de sua família, que desde 1931, atravessava sérios problemas financeiros. Em 1935, já recuperado Dior começou a desenhar croquis para o "Figaro Illustre", jornal parisiense que os publicavam semanalmente na seção de alta-costura. Após conseguir vender uma coleção de desenhos de modelos de chapéus, começou a fazer croquis de roupas e acessórios para várias maisons de Paris, até que, em 1938, Christian Dior realmente iniciou sua carreira no universo da alta-costura, como assistente do estilista suíço Robert Piguet (1901-1953).
          Dior foi convocado para a guerra que explodia na Europa e atuou como soldado do corpo de engenheiros. Em 1941, foi trabalhar na Maison do estilista francês Lucien Lelong (1889-1958), onde conheceu aquele que viria a ser um importante estilista, o francês Pierre Balmain (1914-1982). Christian Dior sonhava em ter sua própria Maison, o que pôde ser realizado com a ajuda financeira do então poderoso empresário de tecidos, Marcel Boussac o “Rei do Algodão”, Dior dizia que o publico buscava um novo estilo para o pós Guerra. Jacques Rouët e que era um jovem funcionario publico foi designado como seu administrador.
          A maison começou com 85 empregados e ficava localizada na avenida Montaigne n° 30, o mesmo até hoje estava pintada nas cores favoritas de Dior de branco e cinza. Sua primeira coleção foi apresentada no dia 12 de fevereiro de 1947 e causou um verdadeiro estardalhaço entre a imprensa. Aquele homem tímido e educado havia criado o eterno "New Look".
       Surgia aí um mito, Christian Dior, que viria se tornar sinônimo de sofisticação e elegância no luxuoso mundo da alta-costura, veio à conclusão que as mulheres estavam em todos os lugares doentes e cansadas de viverem sacrificadas, de roupas feitas com o mínimo de material, de ombros largos e vestidos que parecem uniformes. Ele pensou " eu tenho que trazer beleza, roupas femininas, formas arredondadas suaves, saias amplas quase até o tornozelo e cinturas bem marcadas. Eu farei as mulheres se sentirem novamente como flores, como elas fizeram nos 30's, eu chamarei minha coleção COROLLE ou anel de pétalas "... Quando Carmel Snow, redatora da revista americana "Harper's Bazaar", viu os modelos apresentados por Dior, exclamou: "This is a new look!" Desde então, o nome original da coleção, que era "Ligne Corolle" (Linha Corola), se tornou conhecida como "New Look". "Nós saímos de uma época de guerra, de uniformes, de mulheres-soldados, de ombros quadrados e estruturas de boxeador. Eu desenho femmes-fleurs, de ombros doces, bustos suaves, cinturas marcadas e saias que explodem em volumes e camadas. Quero construir meus vestidos, moldá-los sobre as curvas do corpo. A própria mulher definirá o contorno e o estilo.".
        Em sua primeira coleção, Dior conseguiu mudar todo o conceito de praticidade e simplicidade das roupas femininas, até então uma necessidade dos tempos de guerra e uma tendência da moda criada por Chanel.
         Após tantos anos de restrições, a mulher necessitava se sentir novamente feminina e ansiava pela elegância e o luxo perdido. Dior acertou e criou modelos extremamente femininos, luxuosos, sofisticados e elegantes, inspirados na moda da segunda metade do século 19. Os vestidos e saias eram mais longos, o busto mais acentuado, a cintura bem marcada e as saias amplas. Apesar das críticas, com relação a grande quantidade de tecido usado por ele para a confecção de vestidos e saias, ainda num momento difícil para a indústria têxtil, nunca um estilo de roupa chegou tão rápido às ruas.
Mulheres de todas as partes do mundo copiaram seus modelos . O modelo que se tornou o símbolo do "New Look" foi o tailleur Bar, um casaquinho de seda bege acinturado, ombros naturais e ampla saia preta plissada quase na altura dos tornozelos. Luvas, sapatos de saltos altos e chapéu completavam o figurino impecável. Com essa imagem de glamour, estava definido o padrão nos anos 50.
         Em 1947 é lança o perfume
"Miss Dior" criado pelo perfumista Serge Heftler, que é um clássico até hoje, no mesmo ano Dior recebe o prêmio Neiman Marcus com Design de calçados Salvatore Ferragamo, a figurinista Irene Lentz e Nornan Hartnell famoso costureiro da Rainha Elizabeth. Em 1949 Christian Dior já tinha uma casa de prê-à-porter de luxo em Nova York, o perfume e estava pronto para assinar os primeiros contratos de licença com sociedades americanas, o de meias e o de gravatas. A partir de 1950, surgiu um outro tipo de sociedade, incumbida do comércio por atacado e da difusão dos acessórios com o nome da maison Dior. Em sua coleção de 1951, o estilo princesa ficou consolidado como sua marca, mas a novidade foi o uso do terno masculino em roupas femininas. Dior apresentou um tailleur em lã cinza, que expressava todo o conceito de masculinidade, transportado às roupas femininas.
              Criou a linha H, em 1954, que era a base de toda a coleção, com modelos que erguiam o busto ao máximo e baixavam a cintura até os quadris, criando a barra central da letra H. Também criou modelos luxuosos, com muita seda e tule bordado com incrustações drapeadas, como no vestido de baile "Chambord", que para ele significava o luxo ao redor da cintura, além dos vestidos de tecidos diáfanos, com várias saias sobrepostas e comprimentos variados. A linha Y surgiu em 1955 e mostrava um corpo esguio com a parte superior mais pesada, com golas grandes que se abriam em forma de V e a "Linha A" trouxe vestidos e saias que se abriam a partir do busto ou da cintura para formar os dois lados de um A, no mesmo ano o jovem Yves Saint Lauren, torna-se o seu primeiro e único assistente.
           Fortes referências da marca CD até hoje, e que ficaram famosas durante os anos 50, são as estolas, as mangas três quartos, além do conjunto em tons pastéis de cardigã, blusa e saia de crepe. Ainda em 1954, Londres ganhou uma filial da grife e uma butique foi anexada à maison de Paris. Mais tarde, surgiram echarpes, lenços de seda, luvas, bijuterias e lingeries com a assinatura Christian Dior, além das sucursais em Caracas, Austrália, Chile, México e Cuba. Mulheres famosas usaram suas criações, como as atrizes Brigitte Bardot e Marlene Dietrich, a cantora Edith Piaf e a princesa Grace de Mônaco.
         Dior morreu precoce em 24 de outubro de 1957 após sofrer um ataque cardíaco. Deixou um verdadeiro império do luxo, com 28 ateliês e 1.200 empregados. Os números impressionam: em dez anos de existência, foram vendidos mais de 100 mil vestidos, um milhão e quinhentos mil metros de tecido decorados e 16 mil croquis realizados.
         Para assumir a direção de criação da grife, após a morte de seu criador, foi escolhido o então jovem talento Yves Saint-Laurent, em sua primeira coleção para a Dior foi chamada de "linha de Trapézio " e foi um grande sucesso. As manchetes de jornal leram: St. LAURENT SALVOU a FRANÇA, A GRANDE TRADIÇÃO de DIOR CONTINUARÁ. Já na coleção de Primavera / Verão de 1960, chegou a provocar certa controvérsia por ter criado peças pouco tradicionais para a marca, como jaquetas de couro preto e vestidos curtos. No mesmo ano, Saint-Laurent foi convocado para servir na guerra da Argélia, quando retornou em 1961 encontro em seu lugar Marc Bohan, e entrou com um processo contra Dior, por ter quebrado o contrato, Laurent abre sua Maison em Paris.
          Os modelos de Marc Bohan
eram esguios e seus modelos mais influentes foram apresentados em 1966, baseados no filme "Doutor Jivago", com casacos amplos acinturados, vestidos longos e botas. Em 1989, numa tentativa de renovar a marca, o italiano Gianfranco Ferré foi escolhido como o novo nome da Christian Dior. Em sua primeira coleção, ele ganhou o prêmio "Dedal de Ouro", oferecido pela empresa Helena Rubinstein ao melhor estilista de cada temporada. Seu estilo de linhas arquitetônicas e corte seco foi sucesso até 1997, ano em que assumiu o inglês John Galliano, atual designer da grife.
Em 1997, numa edição come
morativa limitada, a Barbie, boneca mais vendida no mundo, foi vestida com o famoso "tailleur Bar" de Christian Dior.
            Desde 1984, a marca CD é controlada pelo grupo LVMH (Môet-Henessy Louis Vuitton), primeira empresa mundial do comérc
io de luxo, do engenheiro francês Bernardo Arnault, que também é dona dos perfumes "Miss Dior" e "Poison", ambos da marca CD. Ao colocar Galliano – um rebelde, inglês e iniciante – à frente da Maison Dior, os franceses ficaram chocados. Porém, apenas um ano depois, a grife voltou a dar dinheiro. John Galliano causou uma reviravolta na DIOR. Houve dois escândalos que fizeram com que a marca voltasse aos bons tempos: a simples contratação de John Galliano e a coleção dos mendigos, que causou frisson ao desfilar modelos vestidos como mendigos na passarela.
           O estilista é convencido de que o esquisito, mesmo chocante, vende. Já colocou nas passarelas trapezistas, acrobatas chineses, monges Shaolin, freiras e esfinges. Consid
erado um gênio rebelde, o estilista comandante da DIOR fala pouco em público, mas não precisa disso para virar notícia. Em um dos seus últimos desfiles de alta-costura, modelos exibiram vestidos em estilo império, recobertos de bordados preciosos. Enquanto isso, uma banda de hard rock tocava e destruía seus instrumentos a chutes e pauladas.
       A loja âncora (flagship store) da DIOR na Avenue Montaigne 30, em Paris, foi re-inaugurada recentemente para ser reconhecida com uma das lojas mais luxuosas do planeta. A reforma é parte das comemorações pelos 60 anos da grife e a reabertura contou com a presença de celebridades como Sharon Stone, Elton John, Juliette Binoche e Monica Belluci. Entre as novidades do projeto assinado pelo arquiteto Peter Marino estão um salão de sapatos exclusivos para clientes VIPs, com os modelos apresentados na última coleção de alta-costura, e frases na parede escritas “Look Good” ou “J’adore” pelo artista Rob Wynne.
        A idéia foi criar um clima “residencial” dentro da loja, resgatando elementos do legado de Christian Dior. A loja ampliou seus salões para a coleção prêt-à-porter e deu maior destaque para as bolsas. O modelo Samurai e a clássica Lady Dior em novos materiais são as atuais campeãs de vendas na DIOR. A marca desembarcou no Brasil oficialmente em 1999 com a inauguração da loja na Rua Haddock Lobo em São Paulo. Recentemente, com a abertura da Villa Daslu, a segunda butique da DIOR, também em São Paulo, foi inaugurada.
        O luxo está presente por todos os lados, a começar pelo mármore do piso, que veio da Turquia. Os móveis são italianos, o carpete é da Tailândia e o sofá e as poltronas são Luis XV, da França. A butique tem nada menos do que 190 metros quadrados e é a loja DIOR mais moderna do mundo.
       A marca, que já revelou estilistas como Yves Saint-Laurent, Gianfranco Ferré e John Galliano, tem sua sede no famoso endereço Avenida Montaigne 30, na cidade de Paris, contando com mais de 200 lojas nos endereços mais exclusivos do planeta. Seu principal mercado é a Europa, que corresponde a 53% das vendas da marca, seguida da região da Ásia-Pacífico com 24% e dos Estados Unidos com 23%.

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